V Encontro do 1° Ciclo aborda tratamento de esgoto com espécies de macrófitas aquáticas

V Encontro do 1° Ciclo aborda tratamento de esgoto com espécies de macrófitas aquáticas

Evento promovido pela Copae, expõe resultados de estudo sobre alternativa para tratamento de efluentes por meio de wetlands, desenvolvido pela parceria entre Funasa e UTFPR
Por Coordenação de Comunicação

Publicação: Ter, 17 Ago 2021 18:12:57 -0300

Última modificação: Ter, 17 Ago 2021 18:13:55 -0300

Copae promove o quinto de dez encontros que serão realizados no 1° Ciclo

Foto: Milena Castro/Funasa

Na última quinta-feira (12/8), a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio do Departamento de Saúde Ambiental (Desam), realizou o quinto encontro do 1º Ciclo de Apresentação de Pesquisas Apoiadas pela Funasa. Durante o evento on-line, que foi mediado pelo coordenador de Projetos, Pesquisas e Ações Estratégicas em Saúde Ambiental (Copae), Marcelo Lelis, a professora Drª Karina Querne de Carvalho, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), apresentou para os servidores da instituição os resultados da pesquisa: "Implantação de estações de filotratamento com espécies de macrófitas aquáticas nativas em escala piloto para tratamento de esgotos sanitários-EFES".

O projeto foi financiado pela Funasa por meio do TED n° 06/2014, possibilitando o desenvolvimento de quatro dissertações de mestrados na UTFPR, que foram realizadas por meio de testes, monitoramento físico-químico dos sistemas de acordo com o meio filtrante, análise do papel e desempenho do substrato, variações das condições e mudanças climáticas na remoção dos micropoluentes.

O objetivo geral do projeto foi avaliar a eficiência do sistema composto por processo aeróbico (fossa séptica) seguido de wetland construído - que são alagados artificiais desenvolvidos para utilizar processos característicos de alagados naturais, sendo capazes de tratar águas residuais - de fluxo horizontal na remoção de matéria orgânica, nitrogenada e fosforada em esgotos sanitários em diferentes condições climáticas.

Segundo a professora e coordenadora do projeto, Dra. Karina Querne de Carvalho, a aplicabilidade do projeto é possível e contribuirá para que o saneamento chegue até as populações que mais precisam. "É uma unidade simples, de fácil implementação e manutenção. Além disso, pode atender as demandas das comunidades afastadas e rurais, que não possuem acesso ao esgotamento sanitário, e é uma alternativa que demanda menores custos comparada com outras unidades", disse.

Além disso, existe a indicação pelo grupo Wetlands Brasil, do qual a professora faz parte, de espécies de plantas apropriadas, dos materiais necessários, das taxas de aplicação, do tempo de detenção hidráulica para a implantação dos sistemas. Para a Dra. Karina Querne, esse processo de padronização facilitará o processo de instalação e ampliação dos sistemas. "Vejo como ampla a possibilidade de utilizar os sistemas em comunidades rurais e municípios menores, porém a padronização é importante para que efetivamente ocorra a implementação em larga escala", disse Dra. Karina Querne.

Ainda, por meio do estudo, foi e está sendo realizada a avaliação de características texturais, físico e químicas dos materiais utilizados como substrato (meio filtrante) para os sistemas; o estudo de incorporação da biomassa da macrófita em blocos de concreto; a avaliação da remoção de micropoluentes (AAS, IBU, EE2) pelos sistemas; a quantificação de nitrogênio e fósforo no tecido vegetal e no substrato; e a avaliação da comunidade microbiana presente no substrato (análise metagenômica).

De acordo com Marcelo Lelis, coordenador da Copae, os encontros do 1º Ciclo de Apresentação de Pesquisas Apoiadas pela Funasa buscam dar mais visibilidade ao trabalho realizado. "São iniciativas muito interessantes, que podem, em alguns casos, serem replicadas em municípios e comunidades rurais. Temos um grande desafio pela frente quando falamos de saneamento básico, que se torna ainda maior quando voltamos o nosso olhar para as áreas rurais. Pensando na atuação da Funasa, temos um terreno fértil para a aplicação de algumas dessas tecnologias", disse.