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Webinar: Universalizar a água é buscar a igualdade de gênero

Webinar: Universalizar a água é buscar a igualdade de gênero

Funasa, OPAS e SVS, no Dia Mundial da Água, discutem a necessidade de equidade no acesso e no gerenciamento de recursos hídricos no Brasil
Por Coordenação de Comunicação

Publicação: Qua, 24 Mar 2021 17:02:00 -0300

Última modificação: Qua, 24 Mar 2021 17:23:08 -0300

Evento on-line reuniu representantes da Funasa, SVS e OPAS na última segunda-feira

Foto: Lucca Decia

Na última segunda-feira (22/03), no Dia Mundial da Água, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) participou do Webinar: Comemoração do Dia Mundial da Água - Um olhar para a igualdade de gênero. A realização foi organizada por meio do Departamento de Saúde Ambiental (Desam), em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) - do Ministério da Saúde (MS) - e com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). As três entidades abordaram a importância e a estruturação de uma agenda relacionada à gênero em água, saneamento e higiene, destacando o empoderamento de todas as mulheres e meninas.

No evento, a Funasa foi representada pelo Coronel Giovanne Silva, presidente da fundação; Deborah Roberto, diretora do Desam; Jamyle Grigoletto, coordenadora de Segurança e Qualidade da Água para Consumo Humano (Cosag); Girlene Chucre, servidora da Superintendência Estadual da Funasa no Amapá (Suest/AP).

Os representantes das duas entidades parceiras também participaram da discussão: Miguel Aragón, coordenador da Unidade Técnica de Doenças Transmissíveis e Determinantes Ambientais da Saúde da OPAS; Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; Mariane Ravanello, coordenadora do Comitê de Gênero da Agência Nacional de Água (ANA); dentre outras autoridades.

Em sua fala, Deborah Roberto disse que a falta de água afeta de maneira mais intensa a vida das mulheres, que desempenham até três vezes mais trabalhos não remunerados e domésticos que os homens, afetando também as bases sociais desses papeis na igualdade de gênero. "Partindo da ideia de que a água é um direito humano essencial e a igualdade de gênero é um princípio fundamental dos direitos humanos, temos consciência de que ambos esses direitos nem sempre têm sido respeitados nas políticas de desenvolvimento urbano. Se faz necessária uma ação transformadora para atingir a igualdade de gênero, no que diz respeito ao fornecimento regular de água potável. Precisamos, sim, dar atenção especial às mulheres em relação ao direito à água potável", afirmou.

Mariane Ravanello frisou a importância de propiciar a mudança a partir de ações internas, criando uma mobilização de dentro para fora. "Tentamos fazer ações internas de provocação. Por que não tem equilíbrio? Por que não é pelo menos proporcional a quantidade de mulheres que eu tenho na área de gestão de recursos hídricos? Se não é para ser meio-a-meio, então, eu não tenho essa proporcionalidade. Hoje é da ordem de 70/30, no Brasil inteiro, em todas as instâncias", disse a representante da ANA.

Lata d'água na cabeça, lá vai Maria

Girlene Chucre falou com naturalidade sobre tema. Afinal, ela é pioneira do projeto 'As mulheres no saneamento e saúde ambiental no meio do mundo: Lata d'água na cabeça, lá vai Maria', que começou com a I Conferência Nacional de Mulheres no Saneamento e Saúde Ambiental, no Amapá, em 2019.

Para a servidora da Suest/AP, o projeto tem o propósito de modificar essa realidade e levar água de qualidade a todas as mulheres, proporcionando dignidade, por meio das ações da fundação, e tem este nome devido às mulheres do Nordeste e de zonas rurais que carregam baldes de água na cabeça por longas distâncias para levar água à família. "A Funasa está pautada nessa missão de promover a saúde pública e a inclusão social. Nós conclamamos o Brasil. Essa lata d'água é a Maria que sobe o morro, é a Maria que caminha longas distâncias, é ela. Mas nós estamos aqui Maria! Maria, Antônia, Raimunda, as quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, mulheres do campo e mulheres da cidade", ressaltou Girlene.

O presidente da Funasa, Coronel Giovanne Silva, destacou o papel fundamental da instituição no quadro dessa discussão, principalmente, para as comunidades rurais e mencionou o projeto que contribui a universalização do saneamento no Brasil. Recordou, também, como o projeto o lembra de sua infância, já que sua mãe, chamada Maria, precisava buscar água em uma mina e levar até a família equilibrando o balde na cabeça. "Através de uma política pública, que está agora sob nossa responsabilidade, vamos conseguir mudar essa realidade no Brasil. Poderemos, realmente, levar água para quem menos tem condições de ter água", declarou.

Ainda durante o evento, Jamyle Grigoletto, coordenadora da Cosag, pontuou os principais objetivos da Funasa voltadas a este assunto: fazer um levantamento situacional de todo país; iniciar as ações do projeto em todas as Suests; dar continuidade e ampliar planos de instalação da tecnologia da Solução Alternativa Coletiva Simplificada de Tratamento de Água para Consumo Humano (SALTA-z); e realizar ações continuadas de saneamento, mesmo em pandemia.

 

Para ver o webinar completo, clique aqui.